Tu julgas que te odeio. Não podias estar mais enganado...
Apenas afastei aquilo que que não conseguia ser afastado.
Estou sozinho. E tu não. E estou feliz por isso. O importante era que ficasses bem e ficaste. Soubeste ultrapassar tudo ou quase tudo. E ficaste com os amigos. Ao contrário de mim. Provaste que eu tinha razão. Mais uma vez. No fim, e apesar de tudo e por mais que sejas tu a dar motivos para que te odeie e não o inverso, foste tu a ficar com eles. Com os amigos. Todos. Não reclamo. Há muito que deixei de acreditar na justiça deste mundo ou de qualquer outro. Não reclamo. Sempre desejei que se alguém tivesse de ficar bem em detrimento de outro, que fosses tu em meu lugar. Na noite em que partimos, amigos chamaram-te. Só a ti. Apenas a ti. E com eles estiveste. E com eles falaste. E com eles aliviaste a tua consciência. Amanhã haverá um concerto. Com outros amigos irás. Sempre com amigos. Sempre com alguém. E eu irei sozinho. Se for. Novamente. Acertei ao dizer que na hora da verdade, vocês são uns e eu sou outro. Eu não faço parto desse mundo. Embora possa haver quem goste de mim nele. Ontem fui ao cinema. Não adivinhas como? Sozinho. Enquanto te alegras por teres amigos com quem falar ao desbarato, eu caminho só. Enquanto fizeste de tudo para aprofundares uma amizade com alguém, deixaste cair a minha. Há três dias que tenho os nervos esfrangalhados. Há três dias que o meu olho esquerdo palpita sem cessar. Há três dias que tenho dores. Pelo menos desde ontem com a pulsação acima dos 100bpm em repouso. Tudo se intensificou desde sábado à noite. Limito-me a existir. Esperando que passe. De uma forma ou de outra.
P.S. - E a ti: Obrigado por ontem, neste deserto de imensa solidão, me teres dado a única palavra de conforto que recebi * o cinema soube um pouco melhor assim...
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